quarta-feira, 29 de setembro de 2010

TEORIA PLATÔNICA DA BELEZA

Na teoria de Platão, a beleza da matéria está relacionada a menor ou maior comunicação que ela possua com a Beleza Absoluta, que permanece pura, mutável e eterna, no mundo das Idéias.
            Para Platão, o universo é dividido em 2 mundos: o mundo das ruínas e o mundo em forma. O mundo em que vivemos, é o da ruína, da morte, da feiúra e decadência. Existe um outro mundo acima do nosso, o da forma, de onde o nosso recebe a existência e o significado. È o mundo das Idéias Puras, da essência, o qual é eterno e imutável. Nesse mundo, Verdade, Beleza e o Bem, são essências ligadas ao Ser. É nele que temos o modelo de Verdade, Beleza e do Bem.
            Como nossa alma vem do mundo das essências, ela é atraída pela Beleza.
            A alma humana sente saudade do mundo das Essências, pois por ser eterna, já viveu nele, por isso ela sabe tudo. Como a alma sofre decadência ao se juntar ao corpo material, nós esquecemos de tudo. Quem se dedica à Beleza, não recria a Arte e quem se dedica à Verdade, não a descobre, ambas são recordações do mundo das Essências.
            O diálogo de Platão “O Banquete” e o “Fedro” é o que mais se refere à Beleza. No mito da “parelha alada”, diz que o caminho para se elevar à alma é o amor, pois no início os seres humanos eram andrógenos. E separados, cada alma procurava sua parelha. Começava com a forma mais grosseira, que é o amor físico. Só os mais inferiores ficavam satisfeitos, o homem mais evoluído descobre que a beleza presente naquele corpo é igual a outro corpo e assim, passa amar todos os corpos, pois conclui que a beleza de todos é uma só.
            O amador considera a beleza da alma superior à beleza do corpo, pois esta resiste ao tempo e, já a corpórea está sujeita a ruína.
            Tendo o espírito fortificado e enriquecido pela contemplação amorosa, atingirá ao estágio final, tomado num êxtase e arrebatamento, verá a beleza de natureza maravilhosa. Algo eterno, que não pode ser comparado e não sofre qualquer alteração. Conhecerá então, a Beleza não apresentada em qualquer parte corporal, a Beleza que existe em si mesma e por si mesma, igual a todas as coisas belas.
            O homem pode se elevar da beleza sensível até a contemplação da Beleza absoluta, pelo caminho do amor, ele físico, depois espiritual.
            No texto “O Banquete”, quando Platão fala que o homem que vê adequadamente a Beleza seria o único a criar a verdadeira Virtude, pois se encontra em contato com a Verdade, atribui à Beleza a identificando com a Verdade, como um Bem ou Virtude.
            Dentro do pensamento platônico, essa idéia é coerente quando no texto do “Fedro” ele diz: “... Somente a Beleza tem esta ventura de ser a coisa mais perceptível e elevadora”.
            Como já foi citada, na teoria da reminiscência, a contemplação da Beleza é uma recordação, a alma lembra realidades que contemplou, numa outra vida, no mundo das Idéias Puras. As matérias corpóreas são imitações para se atingir os modelos ideais da qual temos as recordações, tanto das coisas da Natureza, quanto das idéias criado pelo homem.

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